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Conheça a Feira Agroecológica do Benfica

Produtores e consumidores tem contato direto nesse tipo de feira.

A Feira Agroecológica do Benfica aconteceu no ultimo dia 5 de setembro, na Praça da Gentilândia. O movimento ocorre sempre aos sábados de forma quinzenal, em um ambiente agradável, ao ar livre e cheio de cultura. Possui diversos produtos agroecológicos, naturais e artesanais, tendo também arte e música. Segundo Wilkson Gondim, engenheiro agrônomo e organizador da feira, o intuito do acontecimento é promover um espaço pedagógico de tomada de consciência e construção de saberes.

Surgiu a partir do primeiro encontro do grupo de consumo responsável em Fortaleza, onde representantes de diferentes segmentos como: Consea (Conselho de Segurança Alimentar), associação de pescadores, agricultores familiares, militantes da agroecologia, pesquisadores e ativistas que têm como objetivo a busca permanente pela sustentabilidade.
Já a organização da feira é feita de forma independente por um grupo de cultivadores dos produtos agroecológicos. Também conta com o apoio dos produtores de Capistrano, município de Baturité, que através da agricultura familiar levam para a feira a produção de pequenos produtores da região. 

O movimento ainda não possui campanhas publicitárias, nela, os próprios consumidores ativos da feira é que fazem a disseminação da reeducação alimentar e propagam a iniciativa através do “boca a boca”. A Feira Agroecológica resiste às limitações das políticas públicas, à produção e comercialização dos produtos da agricultura familiar, oferecendo acesso à alimentos limpos, respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores rurais, interferindo diretamente na saúde da população e dos recursos naturais. Essa iniciativa é fundamental, pois a insegurança alimentar não se refere apenas a quantidade, mas a qualidade dos alimentos, a qualidade de vida e a sustentabilidade

A Instigada também conversou com Wilkson, citado anteriormente nessa matéria, pra saber um pouco mais sobre a feira, confira:


Instigada – A Feira Agroecológica do Benfica conta com algum apoio governamental?

Wilkson Gondim (Engenheiro Agrônomo e idealizador da Feira) – A princípio havia uma política ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário na Secretaria de Desenvolvimento Territorial, que era uma política de dinamização econômica, a gente apoiava nessa época as bases de serviços de comercialização que articulavam agricultores e agricultoras com o espaço de comercialização. Com isso, percebemos o momento oportuno de reunir entidades e movimentos sociais e a partir dessa política do MDA junto com a SDT, unificamos o rural e o urbano e conseguimos promover o espaço da Feira Agroecológica. Fizemos algumas assembléias populares e uma feira inaugural. Esse apoio político passou e sinto uma satisfação de ver que a Feira continua de forma independente. 

Instigada – Existe a possibilidade de a Feira deixar de ser quinzenal e passar a ser semanal?

Gondim – Há uma discussão antiga em relação a isso, mas não é só uma questão comercial, envolve inter-relações nas famílias, envolve questões filosóficas, políticas e pedagógicas. Isso depende da quantidade de demanda por esses produtos, existem muitos produtos na agricultura familiar que estão em transição agroecológica, o que falta é o maior número de consumidores para que possamos efetivar uma feira semanal. Pretendemos promover campanhas de consumo consciente, para que possamos reunir mais pessoas. A espinha dorsal da feira são os consumidores responsáveis, a feira surge ao mesmo tempo em que surge o grupo de consumo responsável que é o sujeito principal de interlocução e de construção dessa feira. Os consumidores são fundamentais e a feira é um encontro mágico entre produtores e consumidores, onde nesse diálogo se constrói novos saberes, novos conhecimentos e para nós é fundamental que esses consumidores se efetivem mais dentro de um grupo de consumo responsável e organizado para que possamos ter mais perspectiva de tomada de consciência.

A instigada também conversou com consumidores e produtores da feira para saber um pouco mais de cada lado desse movimento. Teresa Tobella é Espanhola e vive Brasil há 12 anos, seu produto é a planta cactos vendida para decoração de interiores. 
Cactus produzidos por Teresa
Instigada – Como ocorre o cultivo das plantas e onde ocorre esse cultivo?
Teresa Tobella – São plantas bem adequadas ao clima aqui do Ceará, que gostam de sol e pouca água. São produzidas em um sítio perto de Cascavel, chamado jardim das samambaias.
Instigada – Como acontece a organização para que haja a participação na feira e a quanto tempo você participa dela?
Tobella – Nesta feira já estou participando há uns quatro ou cinco meses, e é uma associação de produtores de alimento orgânicos que organizaram essa feira onde me juntei a feita e hoje estou aqui.
Instigada – E o que você acha da iniciativa de obter uma feira de produtos orgânicos e naturais em Fortaleza?
Tobella – Bom, pois só consumo produtos orgânicos e naturais e acho que é ótimo o povo ter acesso, até para aqueles que não moram no campo, no sítio, poder ter acesso a esses produtos e inclusive, acho que deveriam fazer mais feiras como essa.

Conversamos também com Elane Abreu que é professora de comunicação social e consumidora. 
Instigada – Você é consumidora ativa de alimentos orgânicos?
Elane Abreu – Eu sempre frequento a cada 15 dias, faço a feira no dia de sábado e retorno a cada 15 dias.
Instigada – Nos finais de semanas que não tem a feira, onde você costuma consumir esse produto?
Abreu – Na verdade, fica até difícil consumir o orgânico quando não tem a feira porque nos supermercados há poucas ofertas, então a gente acaba levando na quantidade suficiente pra que dure realmente duas semanas, pra que não tenha perigo de faltar.
Instigada – Produtos orgânicos são sempre caros e nem sempre fáceis de achar e o Benfica é um bairro bem popular em Fortaleza, sendo assim, o que você acha dessa iniciativa de trazer esse produto para um lugar de tão fácil acesso como esse bairro?
Abreu – Eu acho uma iniciativa bem interessante, porque ela atende a um público específico que gosta dessa alimentação mais natural, sem agrotóxicos e ela acaba também popularizando um pouco esse produto. O que acontece é que muitos outros lugares vendem um produto, mas por um preço bem mais alto e o fato de ser feira, todos esses comerciantes vem do interior com uma agricultura bem familiar e ao trazer para cá, isso barateia o acesso e também acho que é até uma forma de divulgação, de dar visibilidade. Só do fato de estar em uma praça as pessoas já perguntam “O que é que está vendendo aí? ” e acaba sabendo por meio da feira da existência desses produtos.

A Revista Instigada apóia o movimento da Feira Agroecológica e convida você para participar e consumir esse produto tão pouco difundido na cultura brasileira, mas que vem crescendo pouco a pouco.

Quer conferir um pouco mais dos nossos registros fotográficos da feira? Clique aqui e confira.

Produção: Arielly Uchoa, Bruno Rodrigues, Djacy Olivera e Gabriela Moura

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