FAZENDA TRIGUEIRO – PEREIRO NA ERA ESCRAVOCRATA
FAZENDA TRIGUEIRO – PEREIRO NA ERA ESCRAVOCRATA
Próximo ás margens da estrada entre a cidade de São Miguel (RG) e Pereiro (CE), a visão imponente da casa impressiona, intriga e desperta a curiosidade.
A Casa Grande da Fazenda Trigueiro é datada do final do século XIII e segundo a história foi construída com areia trazida do rio Jaguaribe por escravos. A casa possui trinta e oito cômodos com portas e janelas de aproximadamente dois metros de altura.
Um fato intrigante é que no andar térreo apenas a cozinha possui janela para fora e que os cômodos interligam-se com vãos centrais, antigamente usados para proteger de possíveis ataques de cangaceiros. Caso isso acontecesse, todos iriam para o andar superior da casa onde a porta com enorme chave suíça, funcionaria (ainda funciona) como um tipo de ponte elevadiça que nos lembra os castelos medievais.
Nas paredes de quase um metro de largura, é possível distinguir marcas de mãos com manchas que segundo o filho da proprietária Zé Denis, (ex-vereador do município) seria sangue dos escravos. Zé Denis conta que antigamente por não haver cemitério (Campo Santo), as pessoas importantes eram enterradas nas paredes, fato que segundo ele foi confirmado quando numa tentativa de abrir uma porta para ligar dois vãos encontrou-se ossos humanos.
Detalhes interessantes e vistosos estilizam a casa: na cumeeira, percebem-se arabescos em forma de letra grega e as bicas “biqueiras vindas da Suíça” são de cobre e em forma de boca de tubarão, o sótão é um andar inteiro batizado como “o quarto dos suplícios,” por ser o lugar onde os escravos por vários motivos aguardavam a sua morte.
Segundo o proprietário da casa e o relato de pessoas que por ventura resolveram passar a noite por lá para confirmar os fatos históricos, é comum se ouvir ranger de dentes, correntes arrastadas, barulho de ventos e choros.
Os proprietários afirmam ainda que na década de oitenta mudaram-se para uma residência ao lado porque não conseguiam dormir devido o bater de portas, as luzes que se apagavam, as coisas que sumiam sem explicação e o som de passos, que só acabaram quando frei Damião nas suas andanças, nas missões foi á cidade de São Miguel e a família pediu que ele exorcizasse o lugar.
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