O que o jogo Pokermon Go quer?
Estes são
os dados que Pokémon Go está coletando dos celulares
A empresa por trás do jogo
está coletando dados dos jogadores. E eles têm o que pegar.
Por. Josep Bernstein
Nos cinco dias frenéticos
desde o lançamento nos EUA, o Pokémon Go se transformou em uma sensação
econômica e cultural. Baixado por milhões, o jogo aumentou o valor de mercado
da Nintendo em US$ 9 bilhões (e contando), criou um grande exemplo da realidade
aumentada como formato do futuro e uma série de encontros estranhos,
assustadores e coincidentes na vida real.
Como a maioria dos apps
que funcionam com GPS no seu celular, o Pokémon Go é capaz de dizer muita coisa
sobre você com base nos seus movimentos, conforme você joga: aonde você vai,
quando você foi lá, como você foi lá, quanto tempo você ficou e quem mais
estava lá. E, como muitos desenvolvedores que constroem esses apps, a Niantic
guarda essas informações.
De acordo com a política
de privacidade de Pokémon Go, a Niantic pode coletar — entre outras coisas —
seu endereço de e-mail, endereço IP, a página da web que você estava usando
antes de entrar no Pokémon Go, seu nome de usuário e sua localização. E, se
você usar sua conta do Google para se cadastrar e usar um dispositivo iOS, a
menos você negue explicitamente isto, a Niantic tem acesso para ler e escrever
o seu e-mail, documentos do Google Drive e mais. (Isso também significa que,
caso os servidores da Niantic sejam invadidos, quem quer que tenha invadido os
servidores possivelmente tem acesso a toda a sua conta do Google. E você pode
apostar que a enorme popularidade do jogo o tornou um alvo para hackers. Dado o
número de crianças jogando o jogo, esse é um pensamento assustador.) Você pode
verificar o tipo de acesso que a Niantic tem da sua conta do Google aqui.
Ela também pode
compartilhar as informações com outras partes, incluindo a Pokémon Company, que
contribuiu no desenvolvimento do jogo, “fornecedores de serviços terceiros” e
“terceiros” para conduzir “pesquisa e análise, mapeamento de perfil demográfico
e outras finalidades semelhantes”. De acordo com a política, ela também pode
compartilhar quaisquer informações que coletar com as autoridades, em resposta
a uma solicitação jurídica, para proteger seus próprios interesses ou impedir
“atividades ilegais, antiéticas ou legalmente contestáveis”.
Nenhuma dessas cláusulas
de privacidade são exclusivas do app. Apps baseados em localização, do
Foursquare ao Tinder, fazem coisas parecidas. Mas os dados de mapeamento
incrivelmente detalhamos e bloco a bloco do Pokémon Go, combinados com sua
popularidade explosiva, podem em breve fazer dele uma dos mais, se não o mais
detalhado mapa social baseado em localização já compilado.
E está tudo, ou em maior
parte, nas mãos da Niantic, uma pequena empresa de desenvolvimento de realidade
aumentada com fortes raízes no Vale do Silício. A origem da empresa remonta à
startup de visualização de dados geoespaciais Keyhole Inc., que o Google adquiriu
em 2004. Ela teve um papel crucial no desenvolvimento do Google Earth e do
Google Maps. E, embora a Niantic tenha saído da Alphabet no fim do ano passado,
a empresa matriz do Google ainda é uma de suas principais investidoras, assim
como a Nintendo, que é acionista majoritária da Pokémon Company. O Google ainda
era dono da Niantic quando ela lançou seu primeiro jogo, Ingress, que é o que a
Niantic usou para selecionar os locais para os Pokéstops e ginásios.
Citando os planos do CEO
John Hanke, um representante da Niantic não conseguiu esclarecer ao BuzzFeed
News se a empresa vai compartilhar os dados de localização com a Alphabet ou a
Nintendo. Um representante do Google encaminhou o pedido de comentários do
BuzzFeed News para a Niantic.
Dado o fato de que Pokémon
Go já tem milhões de usuários e que já atraiu a atenção das autoridades, parece
provável que, em algum ponto, a polícia vai tentar fazer a Niantic entregar
informações dos usuários. E se o histórico do Google é alguma indicação — no
início deste ano, um repórter mostrou que a empresa atendeu a 78% das
solicitações de dados de usuários feitas pelas autoridades — eles provavelmente
estão preparados para cooperar.
Fonte. BuzzFeed News Reporter
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