BNB - retorno às origens
Desde sua criação, a instituição sofre para se manter e sem o
devido respeito e valorização do Governo Federal
Há 64 anos o Banco
do Nordeste do Brasil (BNB) tem feito a diferença na região em que atua, pelo
seu diferencial de instituição fomentadora de desenvolvimento, mantendo as
portas abertas ao crédito independente das crises. O BNB surgiu em um contexto
diferente das demais instituições financeiras: enquanto grandes bancos vão para
locais onde o dinheiro circula, ele nasceu para mitigar os efeitos da seca de
1951, ofertando crédito e apoio a pequenos agricultores.
O fato
é que, desde sua criação, a instituição sofre para se manter e, verdade seja
dita, sem o devido respeito e valorização por parte do Governo Federal. Para a
Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB), isso não se
deve à qualidade dos serviços prestados, já que seus trabalhadores são
qualificados e comprometidos. Deve-se à ausência de uma política de
desenvolvimento nacional consolidada, que compreenda as instituições regionais
- como BNB, Sudene e Banco da Amazônia - como braço do Estado nas regiões.
Mas se
deve, sobretudo, a práticas nada republicanas que utilizam instituições
públicas como barganha política, como nomeações para administração baseadas em fisiologismo. Isso
gera privilégios e talvez seja o primeiro passo para a troca de favores e a
corrupção. O BNB não está imune e já estampou manchetes sobre desvios ou
operações fraudulentas, algumas delas denunciadas pela própria Associação.
Além
disso tudo, constantemente tramitam no Congresso Federal projetos de lei e
medidas provisórias que ameaçam o BNB, por exemplo, quando se propõe a retirar
do Banco a exclusividade da operacionalização dos recursos do FNE - principal
fonte de recursos estáveis; ou quando se inclui na proposta de Desvinculação de
Recursos da União a retirada de 30% dos recursos do Fundo Constitucional, esta
última ameaça superada com muita luta.
Sem
dúvidas, a melhor e mais eficaz maneira de enfrentar tantos fatores contrários
é ter sempre em mente a essência do BNB, lembrar dos motivos que levaram à sua
criação. O BNB não é banco comercial! É instituição de desenvolvimento! Como
tal, deve ter seus resultados medidos não em cifras, mas no impacto de sua
ação. Nesse processo de retorno às origens, um ator deve ser tratado com
prioridade: o trabalhador. Ter seus direitos respeitados e condições de
desenvolver bem suas atividades é fundamental para que o Banco seja forte e
possa enfrentar os desafios postos, que não são poucos diante de uma realidade
bem complexa.
Rita Josina Feitosa
da Silva
ritajosina@afbnb.com.br
Presidente
da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB)
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