O FASCISMO NO BRASIL HOJE - UMA VISÃO PSICANALÍTICA
Andar
de roupa vermelha pelas ruas já se tornou algo perigoso. Ser comunista, cubano,
petista, tanto faz. É tudo a mesma coisa. Todos são “judeus”. O inimigo que
precisa ser
eliminado.
Por Cícero Cavalcante
Muito tem se falado sobre fascismo
para se definir a onda de intolerância e as mais diversas formas de
manifestações conservadoras e reacionárias que tomaram conta do cenário
político brasileiro nos últimos dois anos. Na verdade não existe outra forma de
caracterizar um conjunto de elementos que se manifestaram amplamente no seio da
população brasileira, com o amplo apoio e incentivo da mídia, cujas
consequências ainda não podem ser plenamente mensuradas.
Nossa intenção aqui é tentar
contribuir com a análise dessa situação utilizando o ponto de vista de alguns
autores que vivenciaram a terrível experiência do fascismo na Alemanha de
Hitler e que teorizaram tal experiência com base em suas atividades políticas e
psicanalíticas.
Wilhem Reich |
O psicanalista marxista Wilhelm
Reich, define o fascismo como "a
expressão da estrutura irracional do caráter do homem médio, cujas necessidades
biológicas primárias e cujos impulsos têm sido reprimidos há milênios". Em seu livro, “Psicologia de Massas do
Fascismo” (escrito em 1933 e reeditado em 1946), Reich nos mostra que o
fascismo é um fenômeno sempre atual e presente na sociedade capitalista. Para
este autor é um equívoco interpretar o fascismo como uma característica
nacional específica dos alemães ou dos japoneses. Sua posição é bastante estarrecedora
ao afirmar que
As minhas
experiências em análise do caráter convenceram-me de que não existe um único
indivíduo que não seja portador, na sua estrutura, de elementos do pensamento e
do sentimento fascistas. O fascismo como um movimento político distingue-se de
outros partidos reacionários pelo fato de ser sustentado e defendido por massas
humanas (Reich, 1946).
Guardadas as devidas proporções
históricas, o livro de Reich lança uma luz sobre a realidade atual da luta de
classes no Brasil, em especial sobre a ascensão do fascismo e a disseminação
dos seus principais elementos em amplos setores da nossa sociedade. O que até
pouco tempo eram atitudes e comportamentos periféricos e insignificantes de
grupos reacionários nas redes sociais, hoje se tornou um movimento de massa
capaz de colocar muita gente em manifestações de ruas em todas as regiões do
país.
A principal questão que se impõe, em
meio a tantas outras, é, afinal de contas, que elementos são comuns na
ideologia e no comportamento fascista que atravessam o tempo e o contexto
histórico e chegam com força expressiva na atual conjuntura política e social
do Brasil?
A análise do fascismo pressupõe a
abordagem de questões fundamentais que dizem respeito à subjetividade das
relações humanas, as quais não podem ser respondidas com a análise meramente
econômica do chamado "marxismo vulgar", muito embora a dimensão do
econômico tenha fundamental importância. Segundo Reich,
Existe uma relação
essencial entre a estrutura econômica da sociedade e a estrutura psicológica
das massas dos seus membros, não somente no sentido de que a ideologia
dominante é a ideologia da classe dominante, mas também — o que é mais
importante para a solução prática de questões políticas — no sentido de que as
contradições da estrutura econômica da sociedade estão enraizadas na estrutura
psicológica das massas oprimidas (Reich. Ob, cit., p. 41).
Corroborando com essa tese, o
sociólogo e psicanalista Erich Fromm (contemporâneo de Reich), diz que é um
erro explicar o fascismo sublinhando os fatores políticos e econômicos e
excluindo os fatores psicológicos ou vice-versa. Em seu livro “O Medo à
Liberdade” (1983), originalmente publicado nos EUA, em 1941, ele afirma que
Erich Fromm |
o nazismo é um
problema psicológico, mas os próprios fatores psicológicos têm de ser
interpretados como sendo moldados por fatores socioeconômicos; o nazismo é um
problema económico e político, porém o fascínio por ele exercido sobre um povo
inteiro tem de ser interpretado em bases psicológicas (FROMM, 1983).
Trata-se, portanto, de um
pressuposto fundamental para entendermos como é possível o surgimento do
fascismo e a sua assimilação por amplas massas, seja no contexto da Alemanha de
Hitler ou no contexto do Brasil de hoje.
O que levou as camadas empobrecidas
a se alinharem com um discurso completamente contrário aos seus próprios
interesses de classe? Segundo Reich, um elemento fundamental para tentar
responder a essas questões é o que ele chamou de "clivagem" da
situação econômica com a situação ideológica do trabalhador.
Para o partido comunista alemão, o
esperado era que o povo empobrecido respondesse aos seus chamados e
desenvolvesse a necessária consciência de sua situação social, transformando-a
no motor da ação para contrapor-se a sua própria miséria social. Mas isso não
aconteceu na Alemanha e nem acontece hoje no Brasil. Por qual motivo? O que
causa essa clivagem entre a situação econômica e a situação ideológica do
trabalhador?
Reich explica essa clivagem
apontando para a estrutura de caráter do homem médio gestada há milhares de
anos sob uma sociedade patriarcal autoritária, utilizada de forma eficiente
pela ideologia da classe dominante para servir aos seus propósitos.
Com base nessa análise, Reich
explica a razão do fascismo ser um fenômeno típico da classe média, uma vez que
esta seria a principal portadora e disseminadora de uma estrutura familiar
autoritária e conservadora. Ele afirma que, do ponto de vista da sua base
social, o fascismo foi sempre um movimento da classe média baixa e que esta
“tem, em virtude da estrutura do seu caráter, uma força social extraordinária
que em muito ultrapassa a sua importância econômica. É a classe que retém e
conserva, com todas as suas contradições, nada mais nada menos do que vários
milênios de regime patriarcal”.
A partir desta afirmação de Raich,
podemos concluir que a principal base social do fascismo é um dos elementos que
não se alteram ao longo da sua história. Não por acaso que aqui no Brasil
quanto mais crescia o número de manifestações contra o governo Dilma, mais se
acentuava no seu interior um perfil elitizado de uma classe média branca,
masculina e com renda e escolaridade muito superiores a média da população.
Essa é, portanto, a matriz sobre a qual se assentarão todos os demais elementos
comuns ao fascismo e que foram amplamente explicitados nos últimos anos na
sociedade brasileira.
A posição dos fascistas em temas
relacionados à sexualidade e às relações sociais de gênero, por exemplo, deixa
claro o viés conservador dessa estrutura autoritária de família. Na Alemanha
nazista eles pregavam o sexo apenas após o casamento, e eram a favor de um
estrito controle sobre a sexualidade, combatendo o que chamavam de
"bolchevismo cultural". É nessa mesma perspectiva que no Brasil de
hoje é possível entendermos o motivo de tanta reação ao que chamam
genericamente de “ideologia de gênero”. Na cabeça do fascista tudo aquilo que
se contrapõe à moral sexual repressiva se configura como anarquia sexual e
“destruição da família”.
A história alemã também mostra o
quanto os fascistas se apoiavam na religião e no misticismo. Naquele período a
psicanálise buscava entender o efeito psicológico ocorrido nas pessoas sob
influência de cultos religiosos. Reich chega à conclusão de que os conteúdos
psíquicos da religião têm a sua origem nas relações familiares desde a primeira
infância e que "em nenhuma classe social florescem as histerias e as
perversões, tanto como acontece nos círculos ascéticos da igreja".
O fanatismo religioso reforça uma
moralidade de submissão à estrutura familiar patriarcal autoritária. Por isso
existe o enorme interesse do fascismo e de toda forma de reacionarismo político
em se utilizar desse mecanismo para manter intacto o seu sistema de dominação.
Esse é outro elemento marcante no
nosso cenário político atual. Vejamos o exemplo da chamada “bancada da bíblia”
e suas ramificações em diversos espaços da sociedade brasileira a serviço do
discurso fascista contra o que chamam de luta contra a corrupção. Basta lembrar
os discursos proferidos pelos deputados federais no dia 17 de abril e que já
entrou para a história como “circo dos horrores”.
O que aconteceu ali, transmitido em
cadeia nacional, não pode ser analisado apenas como mera cafonice, provincianismo
ou coisa dessa natureza. Por trás daquelas declarações de voto em nome de suas
famílias, pelas suas cidades, por Deus e até por torturadores e assassinos da
ditadura militar, existe um discurso subjacente claramente conservador de
alguns valores de sua terra, do ideário militar, do patriarcalismo, do
machismo, entre outros. Não existiu ali nenhuma preocupação que suas retóricas
fossem confrontadas com as suas condutas, nem muito menos que essas retóricas
guardassem algum grau de coerência e razoabilidade com o que estava em votação.
Trata-se de um discurso falso
moralista a serviço da imoralidade. Como nos diz Theodor Adorno (filósofo e
psicólogo alemão contemporâneo de Reich e Fromm), “O fim é o de que se possa
demonstrar ao mundo que existem patriotas, homens e mulheres cristãos,
temerosos de Deus e que, apesar de tudo, desejam doar suas vidas a seu lar, à
sua terra natal e à causa de Deus." (Adorno, 1946).
Esse tipo de atitude era uma característica muito
comum dos discursos em comícios nacional-socialistas. Havia uma clara intenção
em manipular as emoções dos indivíduos e evitar qualquer argumentação objetiva.
Hitler deixou claro em seu livro Mein Kampf (minha luta) que a tática certa na
relação com as massas seria abrir mão de argumentações, apontando apenas o
“grandioso objetivo final”. Dizia que “o povo, em sua maioria, tem natureza e
atitude tão femininas que os seus pensamentos e ações são determinados muito
mais pela emoção e sentimento do que pelo raciocínio” (Hitler, 1982).
A fuga de argumentações objetivas
talvez seja um dos elementos mais preponderantes do fascismo no caso
brasileiro. Nem precisamos lembrar aqui os diversos momentos em que Eduardo
Cardoso (Advogado Geral da União) conseguiu desmascarar as incoerências e a
falta de argumentações das denúncias apresentadas contra a Presidente Dilma no
processo que resultou no seu afastamento.
Segundo Adorno, em artigo intitulado
“Propaganda fascista e antissemitismo”, na retórica fascista
Theodor Adorno |
a relação entre as
premissas e inferências é substituída por uma vinculação de ideias que repousa
em sua mera similaridade (...). Esse método não apenas escapa aos mecanismos de
exame racionais como também torna mais fácil seu acompanhamento pelo ouvinte. O
ouvinte não tem exatamente de fazer um pensamento, podendo se entregar
passivamente ao fluxo de palavras no qual mergulhou” (Adorno, 1946).
Esse método descrito por Adorno se
encaixa perfeitamente à dinâmica das casas parlamentares. Portanto, fica fácil
entender o motivo pelo qual o Supremo Tribunal Federal fez questão de se livrar
de tantos “engodos políticos” que recairiam sobre seu “manto sagrado”, caso
tivesse que decidir juridicamente com base nas premissas apresentadas no pedido
de impeachment. Melhor mesmo foi “lavar as mãos” e apelar para a chamada
“interna corporis”, ou seja, uma matéria que, segundo a corte, deve ser de
exclusividade do parlamento, sem a
interferência do Judiciário.
O cúmulo da falta de argumentos foi
escancarado nas exposições teatrais da advogada do PSDB, Janaina Pascoal, que
ficou conhecida como a advogada do golpe. No que pese o teor preconceituoso de
certos xingamentos feitos em relação a esta senhora, seu comportamento expressa
não somente a falta de argumentações objetivas como também um desproporcional
grau de desequilíbrio. A colunista Nathali Macedo tem razão quando afirma em
seu artigo que Janaína é fascista, porém, comete um equívoco ao isentá-la de
qualquer desequilíbrio mental. Vale ressaltar que não existe contradição entre
ser fascista e ser desequilibrada e também que histeria não é uma patologia
exclusivamente do sexo feminino. Não se trata de acusar uma mulher de louca só
porque ela está exaltada, como afirma Nathali. É necessário entender seu
comportamento dentro do contexto sobre o qual está inserida. Sobre isso, Adorno
nos fala que sempre existe algo de espúrio na histeria fascista e que é
necessária uma atenção critica para entendermos os mecanismos irracionais que o
próprio fascismo promove.
Adorno nos fornece algumas dicas
para entendermos esse tipo de comportamento,
Os líderes
fascistas típicos são frequentemente chamados de histéricos. Não importa como
chegaram a essa atitude. A verdade é que seu comportamento histérico preenche
certa função. Embora eles de fato se pareçam a seus seguidores em não poucos
aspectos, diferem em um ponto importante: eles não conhecem nenhuma inibição ao
se expressarem. Dizendo e fazendo o que eles gostariam mas ou não ousam ou não podem, os agitadores fascistas atuam
de modo vicário para seus desarticulados ouvintes. Eles violam os tabus que a
sociedade de classe média colocou em todo o comportamento expressivo do cidadão
normal e realista. Pode-se dizer que alguns efeitos da propaganda fascista são
obtidos através desse procedimento invasivo. Os agitadores fascistas são
levados a sério porque eles se arriscam a passar por bobos.
Outro elemento importante a ser destacado no comportamento fascista é
a intolerância. Os fascistas não toleram as diferenças na forma de
ser, de agir e de pensar. O diferente deve ser excluído, aniquilado. Os
fascistas, geralmente, se manifestam de forma truculenta contra seus
discordantes. Para eles não existe adversários, todos são considerados
inimigos.
O fascismo tem a grande
necessidade de produzir um inimigo comum, seja ele real ou imaginário. Para Adorno, “a propaganda fascista não ataca
oponentes reais (...) isto é, constrói uma imagem do judeu, do comunista, para
depois parti-la em pedaços, sem cuidar muito da maneira como essa imagem se
relaciona com a realidade” (Adorno, 1946).
No Brasil, esse inimigo comum do fascismo,
construído com muita precisão, é o Partido dos Trabalhadores. Todos que
discordam das suas posições são petistas e merecem linchamento público. Andar
de roupa vermelha pelas ruas já se tornou algo perigoso. Ser comunista, cubano,
petista, tanto faz. É tudo a mesma coisa. Todos são “judeus”. O inimigo que
precisa ser eliminado.
A pergunta que muitos de nós fazemos é como foi possível uma
disseminação tão rápida desse comportamento fascista no nosso país,
considerando que os primeiros movimentos verde e amarelo das ruas surgiram em
2014. Como isso foi possível? Onde estava essa gente durante a última década?
Essa também foi uma questão levantada pelo sociólogo polonês Zygmunt
Bauman em relação ao holocausto na Alemanha. Quem era aquela gente criminosa,
aquelas “mentes perturbadas, frias e assassinas?” A conclusão foi que, na
realidade, aquelas pessoas eram nada mais nada menos que as pessoas bem
educadas da sua época. Como explicar isso?
Em seu livro “Modernidade e Holocausto” (1998), Bauman afirma que “Para
colocar as coisas claramente há razões para a gente se preocupar, porque
sabemos agora que vivemos num tipo de sociedade que tornou possível o
Holocausto e que não teve nada que pudesse evitá-lo”.
Essa preocupação nos remete à estarrecedora afirmação de Reich,
transcrita no início deste texto. A de que não existe um único indivíduo que
não seja portador, na sua estrutura, de elementos do pensamento e do sentimento
fascistas. A experiência que vivenciamos no Brasil mostra que esses elementos
podem permanecer latentes por um bom tempo, aptos a se manifestarem a qualquer
momento a depender de uma ambiência social favorável e um discurso capaz de
unificar e colocar em movimento essa onda reacionária que assistimos
atualmente.
A arcaica classe média brasileira sempre foi portadora de elementos do
pensamento e sentimento fascistas.
Sempre teve aversão à diferença. Seu ódio contra pobres, negros,
homossexuais, entre outros, sempre existiu. Durante algum tempo esse ódio ficou
latente até encontrar um discurso pseudoracional de moralidade e combate à
corrupção que, com o incentivo da grande mídia, conseguiu explicitar-se
amplamente sem nenhum pudor.
Predomina nessa classe média brasileira um profundo sentimento
conservador e um comportamento autoritário. Não por acaso, defende a pena de
morte, a redução da maioridade penal e tantas outras medidas reacionárias.
Para essa gente, o Brasil era muito melhor quando governado para um
terço da população. Daquela forma não era obrigada a conviver com pobres
viajando ao seu lado no avião. Não precisava aturar negros ocupando espaços em
universidades e em outras instituições. Não tinha dificuldade de encontrar
mão-de-obra disposta a fazer qualquer serviço doméstico em troca de um prato de
comida. Enfim, não precisava suportar o peso da “humilhação” que o processo de
inclusão social lhe impôs.
Vale ressaltar que a expressão do fascismo no Brasil atualmente é algo
ainda muito complexo de ser analisado. Temos muita dificuldade de identificar o
que será capaz de lhe dar maior coesão. Suas bandeiras aparecem ainda, em certa
medida, pulverizadas e difusas. Por enquanto, o ódio é seu principal
combustível.
Nunca é demais lembrar que o ódio à diferença foi também um fenômeno
muito bem utilizado na Alemanha de Hitler para aglutinar multidões em torno do
seu projeto.
No Brasil, o projeto liberal está conseguindo utilizar esse mesmo
combustível para retomar seu leito e prosseguir um caminho interrompido
recentemente em vários países da América Latina. O que não sabemos é até quando
seus sujeitos históricos serão capazes de sustentar o discurso de manutenção da
ordem democrática, mesmo em se tratando de uma pseudodemocracia sustentada por
um judiciário e uma mídia plenamente aliados aos seus interesses.
Geralmente o fascismo vai muito além do que ele mesmo tinha como
horizonte. Isso significa que não
reconhece limites, não tem nenhum escrúpulo quando decide eliminar os inimigos
escolhidos. E como nos diz BAUMAN (1998), “Exterminar o inimigo não é um “fim”,
e sim um “meio” para atingir o objetivo final”.
Noutras palavras, até agora a ofensiva da direita se sustentou no tripé
parlamento-judiciário-mídia. O que virá pela frente não se sabe. Vai depender
do grau de consolidação dos interesses econômicos dos diversos setores do
grande capital dentro do atual contexto. Não há garantia de que o caminho e,
principalmente, os métodos utilizados até agora por eles sejam suficientemente
seguros.
Nesse sentido, não está descartada a possibilidade de um recrudescimento
da ofensiva direitista, cujas arbitrariedades dos atos até agora cometidos
sejam infinitamente menores às que poderão vir pela frente. Combustível pra
isso não faltará. A ambiência fascista continuará crescendo, alimentada por uma
mídia infame.
Enganam-se aqueles que acham que
existe a possibilidade real de “zerarmos tudo” e “recomeçarmos o jogo” através
de eleições gerais no país. Isso só seria possível num contexto de pacto
social. Algo bem distante da realidade que estamos experimentando atualmente na
sociedade brasileira. O momento é de intensificação da luta de classes,
independente da vontade das lideranças políticas.
O caminho a ser trilhado pela esquerda brasileira já foi amplamente
traçado nas grandes manifestações de rua que conseguiram, bravamente, sacudir a
poeira da burocracia há tempo instalada no interior de movimentos sociais, e,
ao mesmo tempo, reposicionar a juventude e outros segmentos importantes nas
principais fileiras da luta direta pela democracia. Daqui pra frente será
necessário ampliar cada vez mais essa força que vem das ruas, conquistando
corações e mentes da grande massa de trabalhadoras e trabalhadores, antes que seja
contaminada pelo fascismo.
Cícero
Cavalcante
Filósofo e Psicanalista
O fascismo no Brasil é uma realidade muito antiga e está ligado ao patriarcalismo bíblico. A Igreja Católica que domina a religião no país é extremamente fascista, pois a cidade do Vaticano e um país dentro da Itália e foi dada de presente ao Papa Pio XI em i929, por Benito Mussolini, através do Tratado de Latrão, que reconhece a soberania do Estado do Vaticano. O Papa Pio XII, o papa do nazismo, assina um acordo Adolf Hitler, que promete garantir a liberdade da Igreja Catolica na Alemanha à custa da supressão do Centro Católico, partido que se opunha aos nazistas em 1933. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Papa Pio XII sabia do genocído dos judeus, mas preferiu silenciar para proteger os católicos. A ditadura de Vargas ainda é muito forte no Brasil, pois o senador Fernando Collor de Mello, que era neto de Lindolfo Collor de Mello que foi o Ministro do Trabalho de Vargas, cuja C.L.T. implantada no país foi a Carte de Labore do governo de Mussolini. Até hoje a oligarquia fascista Collor de Mello ainda tem poder, pois o ex-presidente Collor de Mello foi colocado no poder e o retirado, pelo fascismo da Globo. O fascismo, o nazismo e o comunismo são farinhas estragadas do mesmo saco e são baseadas na prepotência, arrogância e intolerância. Infelizmente no mundo há duas ideologias que o domina, o totalitarismo do imperialismo privado e o totalitarismo do imperialismo de estado chinês, que se abriu parcialmente ao capitalismo privado.Daí a situação econômica da classe média nunca irá melhorar, pois ela fica achatada entre os muito ricos e os mais pobres. Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Felizmente eu tenho uma ideologia política, não muito conhecida, que o socialismo libertario democrata, também conhecido como socialismo utópico que se baseia na cooperação mútua, que é impraticavel no mundo atual, em virtude da competição desenfreada dos capitalistas que se baseiam no egoísmo, ganância e competição. Ainda bem que sou pacifista e que nenhuma doutrina política ou religiosa consegue modificar a minha maneira de pensar, sentir e agir, pelo meu bem-estar e de algumas pessoas que vivem ao meu redor. Um dos melhores socialismo que conheci foi o Socialismo Fabiano que era pacifista
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