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A PARTIR DE AGORA - As jornadas de junho no Brasil (Filme Completo)




Estamos chegando ao segundo aniversário das jornadas de junho de 2013 quando uma explosão de mais de um milhão e quatrocentas mil pessoas protestaram em mais de 130 cidades em todo o país em um único dia. Foi um imenso desabrochar de uma primeira grande onda de protestos nacionais no país que perdurou durante pelo menos vinte dias. O estopim para quem não lembra foi a repressão contra as manifestações do movimento Passe Livre em São Paulo no dia 13/06 e contra a própria imprensa que cobria o ato. A partir dali, manifestações cada vez maiores tomaram o país até que as prefeituras das principais cidades, acuadas pela força popular, recuaram, uma após a outra, dos aumentos das tarifas de ônibus.

Até então era impossível reduzir vinte centavos que fossem da passagem de transporte público. Falar de passe livre então era algo impensável. Eis que as coisas mudaram. As manifestações inauguraram um nova conjuntura no país. Mas como uma onda que era teve seu pico e em seguida seu natural refluxo. Nenhuma organização do movimento de massas conseguiu enxergá-la e se colocar a altura de surfá-la. Tentou-se reeditá-la ou mesmo estica-la com o 11 de julho e o 30 de agosto que alguns ousaram até chamar de greve geral mas, pelo menos agora, à luz dos acontecimentos, é bom que se diga que nem de longe passou por isso.

Agora que nos aproximamos do aniversário de junho, e diante do novo momento de manifestações populares que se abre no país em parte impulsionada pela situação econômica e em larga medida pelo nível crescente de repressão do governo a favor da Copa da FIFA é indispensável revisitarmos os acontecimentos de junho de 2013.

O documentário "A partir de agora" de Carlos Pronzato cumpre bem esse papel. Tal como é apresentado em sua própria descrição, "não é apenas uma ferramenta para o debate e a compreensão das Jornadas de Junho, mas também um instrumento de organização da luta política, característica marcante da militância audiovisual de Carlos Pronzato, que também dirigiu, entre outros, "O Panelaço - a rebelião argentina" (2002) e "Carlos Marighella - Quem samba fica, quem não samba vai embora" (2011)".

Apesar de suas limitações em inclusive não apontar saídas de fundo e inclusive em dar voz a algumas expectativas e conclusões exageradas e até mesmo deslocadas, o filme de Pronzato é praticamente parada obrigatória para os que viveram aquelas jornadas e cotidianamente para novas. Relembrar as jornadas de junho é preparar a construção de novas jornadas.


Resenha escrita pelo camarada Giam, do blog DHAL: http://devehaveralgumlugar.blogspot.com.br/







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