O MONGE E O EXECUTIVO
Vania Oliveira |
O MONGE E O EXECUTIVO
Um modelo de liderança antigo e ao
mesmo tempo atual, que se confunde com a vida real pela forma leve, agradável e
realista de como é contada, é a essência da liderança servidora do livro “O Monge e o Executivo”. O autor
explica através do personagem Leonard Hoffman, um ex-executivo de sucesso, ou
simplesmente o monge Simeão, que as ideias não são suas e muito menos novas e
trata de forma didática, o significado da palavra amor, tanto no plano
espiritual cristão quanto no conceito.
Simeão inspira-se em Jesus Cristo,
afirmando com veemência que Ele foi sem dúvida o maior líder de todos os tempos
e que Dele vieram seus conhecimentos de liderança.
O livro de auto ajuda narra a
história de John, um executivo bem sucedido e com uma família muito feliz que
mudou gradativamente quando sua esposa Rachel diz que suas necessidades não
estão sendo satisfeitas, apesar do status e do conforto proporcionado pela
situação econômica de John, o que dificultou o seu relacionamento e aos poucos
foi distanciando-os dos filhos.
John treinava o time de uma pequena liga de
beisebol que apesar das vitórias conquistadas no campo parecia estar contra
ele, o que fez com que os pais dos jogadores fossem reclamar ao chefe da liga
que seus filhos não se divertiam.
Na fábrica onde ele era bem
remunerado como gerente-geral e gozava de autonomia, John teve uma grande
surpresa ao ser questionado sobre sua liderança, após campanha feita pelos
empregados através do sindicato reivindicando melhorias no trabalho. Foi aí
onde os seus caminhos se cruzaram com os de Simeão, considerado uma lenda nos
círculos empresariais por sua capacidade de liderar e motivar as pessoas e que
coincidentemente era o mesmo nome que o perseguia desde o nascimento fazendo
parecer que John tinha sido preparado ao longo de sua vida para participar do
retiro em um mosteiro onde o seu pensamento sobre liderança foi totalmente
modificado.
John explicou a Simeão que precisava de alguns
conselhos, pois sua vida estava de cabeça para baixo e ele não entendia o por
quê. John não acreditou no que acabara de falar, pois logo ele, um sabe-tudo
pedir ajuda a alguém. O monge concorda em falar com ele, todos os dias, antes
da cerimônia das cinco e meia da manhã, e promete ajudá-lo mais em suas aulas
que seriam todos os dias sobre liderança. John aprendeu Coisas que antes não
enxergava. Ele e seus colegas de curso, que eram mais cinco pessoas, aprenderam
o verdadeiro conceito da palavra liderança, que era a habilidade de influenciar
pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos
identificados como sendo para o bem comum. Descobriu que para ter uma boa
liderança era preciso saber liderar com autoridade e não com poder. Isso vale
não só para a vida profissional, mas para a vida com a família, amigos, enfim,
paro o social. Descobriram a importância dos relacionamentos. Aprendeu que tudo
na vida gira em torno dos relacionamentos e para ele ser bem-sucedido, era
preciso confiança, pois nada se constrói e se fortalece sem ela. Aprendeu que
nossas vidas estão repletas de velhos paradigmas que nos impede de evoluir e
que o progresso é fundamental tanto para as pessoas quanto para as
organizações, e que na vida, nada permanece igual. Descobriu o verdadeiro
significado de um líder: alguém que
identifica e satisfaz as necessidades legítimas de seus liderados e remove
todas as barreiras para que possam servir o cliente.
Simeão também fez uma diferenciação entre poder e autoridade:
Poder: é a
faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua
posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer. Autoridade: a habilidade de levar as
pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência
pessoal.
Com base nesses dois tópicos Simeão fez um comparativo entre o velho
paradigma e o novo paradigma:
Velho Paradigma
|
Novo Paradigma
|
Invencibilidade dos EUA |
Concorrência global |
Administração centralizada |
Administração descentralizada |
Japão: produtos de má qualidade |
Japão: produtos de boa qualidade |
Gerenciamento
|
Liderança |
Eu penso |
Causa e efeito |
Apego a um modelo |
Melhoria contínua |
Lucro em curto prazo |
Lucro a curto e longo prazos |
Trabalho
|
Sócios |
Evitar e temer mudanças |
A mudança é uma constante |
Está razoável |
Defeito zero |
Portanto aquele que quiser liderar com eficiência devem servir e não ser
servido. O líder deve incentivar e dar condições para que as pessoas se tornem
o melhor que podem ser. As pessoas possuem suas necessidades e com elas
atendidas produzirão mais. É a lei da colheita: Colhemos o que plantamos, ou
seja, hoje não precisamos mais de um super-gerente e sim de uma super-equipe,
portanto disseminar o conhecimento dentro da organização e criar equipes fortes
é o segredo para sobreviver nesse mercado competitivo.
É importante também, citar os nove tópicos vitais de amor e liderança
mencionados por John e copiados de Jesus Cristo:
·
Paciência: Mostrar
autocontrole
·
Bondade: Dar atenção,
apreciação e incentivo
·
Humildade: Ser autêntico e
sem pretensão ou arrogância
·
Respeito: Tratar os
outros como pessoas importantes
·
Abnegação: Satisfazer as
necessidades dos outros
·
Perdão: Desistir do
ressentimento quando prejudicado
·
Honestidade: Ser livre de
engano
·
Compromisso: Sustentar
suas escolhas
·
Resultados: Serviço e
Sacrifício: Pôr de lado suas vontades e necessidades; buscar o maior bem para
os outros
Essa é a principal lição que o
monge oferece e que vem do Novo Testamento: o "amor ágape", o
verdadeiro significado de amar seu próximo. O amor tratado desta forma
representa um comportamento, sob o qual você tem controle, nem sempre é
possível controlar o sentimento em relação à outra pessoa, mas você pode
decidir como se comportar em relação a ela. Na sua essência, o amor é algo que
fazemos para os outros, e não somente o que sentimos.
E por fim, um conceito que é
tratado logo no início da história: a liderança é uma escolha pessoal, um
grande líder faz essa opção, com uma enorme parcela de sacrifício e dedicação.
No ambiente corporativo, sempre há muita coisa em jogo, as pessoas contam com
você e com a sua liderança. Se aceitarmos a liderança como uma habilidade, e
não como um "dom" ou uma característica genética, esta liderança pode
(e deve!) ser praticada, trabalhada e desenvolvida.
O caminho para a liderança passa
pela autoridade, mas começa com as escolhas que fazemos a respeito de nosso
comportamento. Um grande esforço será necessário para estabelecer influência,
prestar atenção nas pessoas e, principalmente, muita disciplina para aprender e
praticar comportamentos positivos, a recompensa vem da grande alegria em
liderar com autoridade, servindo aos outros e satisfazendo suas necessidades
legítimas. Amar, servir e doar-nos pelos outros nos força a crescer. Liderar é
evoluir para a maturidade espiritual e psicológica.
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