JAGUARIBE- CEARÁ - UMA CIDADE CONHECIDA INTERNACIONALMENTE
Feira do queijo em Jaguaribe |
Por: Vânia Oliveira - Jaguaribe-CE
A cidade é lembrada primordialmente pela fama referente ao coronelismo e as brigas de importantes famílias locais em histórias que confundem e misturam fatos reais e façanhas lendárias. A região ainda é associada à violência ligada a pistolagem, porém, dois aspectos relevantes enaltecem culturalmente o município: a produção de queijo coalho e a renda conhecida como filé.
A prática e feitio do queijo coalho associam-se a colonização da região ribeirinha do Jaguaribe fortalecida entre os séculos XVII e XVIII com a doação de sesmaria no importante processo de colonização do nordeste e na formação de fazendas e currais com a intenção da povoação local e exploração da criação de gado para o abastecimento de carne para o mercado interno precisamente, com a carne de charque, época que ficou conhecida como “Era do Ouro.”
No século XX, a partir dos anos 70, a produção de queijo desponta como elemento essencial para a economia do município, transforma-se na identidade de um povo, sendo a cidade anos depois a maior bacia leiteira do Estado do Ceará, o que facilitou a propagação, enalteceu e deu visibilidade ao queijo coalho e o produto foi da tradição para a comercialização.
O famoso queijo de Jaguaribe |
Anualmente acontece no município o festival do queijo, onde o SEBRAE é um dos idealizadores com o objetivo de reunir produtores, valorizar e ampliar o mercado.
FILÉ - VALIOSO TESOURO DO POVO JAGUARIB ANO
Mulheres produtoras de Jaguaribe |
Muitas são as precursoras do filé no município de
Jaguaribe, arte que dá formas leves e delicadas aos fios crus ou coloridos que transformam
- se em rendas artesanais feitas em grades de madeiras.
Segundo a história, esta técnica é milenar e era
difundida entre o povo da Persa e do Egito, disseminando para a Península
Ibérica, excepcionalmente em Portugal sendo feita com fios de ceda. No
artesanato jaguaribano a técnica é passada de pais para filhas e filhos.
Isso mesmo, na sede e distritos não há distinção de
sexo entre os artesãos para tecer com mãos que fazem a mágica acontecer, e a
partir de uma simples rede de nó assimilada a uma rede de pesca surge através
de fios de algodão desenhos próprios na malha preenchida e trançada,
transformada em caminhos e toalhas de mesa, colchas de cama, blusas, saídas de
banho, vestidos longos, saias e demais indumentárias femininas com a renda que
compõem o filé.
È comum no município o quadro onde famílias inteiras
sentam-se as calçadas ou salas de suas casas e dividirem uma tela entre si para
produzir as peças numa sintonia admirável, no intuito de aumentarem a sua renda
mensal. Porém as peças produzidas são vendidas por um preço não muito
significativo para o artesão, pois a renda maior vai pra os atravessadores que
revendem em Fortaleza, São Paulo ou comercializam para a Espanha, Argentina,
Bolívia e Estados Unidos.
Atualmente existem associações na sede e nos
distritos que de forma organizada tem trabalhado na melhoria de condições de
feitios e vendas e do filé e os
jaguaribanos em forma de reconhecimento tem trazido para seus eventos o uso de
peças, bem como são organizados desfiles no município ou em outras cidades. O
filé tornou-se comum nas vestimentas femininas e é um artigo usado desde as
mulheres mais simples até as mulheres da alta sociedade, sendo assim circuladas
no município e fora dele de forma elegante.
A arte também tem sido utilizada
por canais de TV em apresentações e documentários e na utilização nas roupas de
suas atrizes como foi o caso de Açucena de Cordel Encantado e outras, como
também por faculdades do município e do estado como trabalho científico além de
transformar muitos jaguaribanos em notáveis empreendedores que de forma
louvável tem contribuído na expansão comercial do município.
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