Marcha da Maconha tem participação recorde em Fortaleza

Quarta edição do evento na Capital reuniu milhares de participantes, que seguiram na tarde de ontem pela avenida Beira Mar. Legalização da droga no Uruguai foi um dos assuntos em destaque durante o ato.
Fonte Jornal O Povo.

Ô abre alas que eu quero explanar, planta na mente pra legalizar”. Com cânticos, cartazes e, principalmente, com mobilização, a quarta edição da Marcha da Maconha em Fortaleza foi realizada ontem, com número recorde de participantes, apesar dos diferentes balanços - para a organização do evento foram 6 mil pessoas; já a Polícia Militar estimou 1,5 mil.

A concentração ocorreu na estátua da Iracema Guardiã e seguiu pela avenida Beira Mar. Não houve registros de incidentes ao longo do percurso, segundo o subtenente Fábio. A legalização da maconha no Uruguai e a autorização da Justiça para importação de um remédio derivado da droga para uma menina com epilepsia foram citados na marcha em Fortaleza como elementos que deram força ao movimento no Brasil.

Leia também

Imagens: Marcha da Maconha em Fortaleza

“A gente tem que trazer esse debate para a sociedade cearense, discutir a guerra falida às drogas, que se traduz a uma guerra à juventude negra e pobre”, critica Ítalo Coelho, um dos organizadores da marcha. “Acreditamos que a legalização é uma forma de reduzir o tráfico. Morre mais gente na guerra às drogas do que do consumo. Isso tem que ser discutido”, propõe Lucas Moreira, integrante do Coletivo Plantando Informações.

Assunto em debate
Neste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que está discutindo o reenquadramento da substância canabidiol, derivada da maconha e que atualmente integra a lista de substâncias proibidas no País.

Pelo menos duas iniciativas tratam do assunto no Congresso Nacional. Uma delas, fruto de iniciativa popular com 20 mil assinaturas, propõe uso regulamentado da maconha, como ocorre com bebidas alcoólicas e cigarro. Na Câmara, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) protocolou projeto que prevê a descriminalização do consumo, produção e comércio da maconha.