Brunhilde Pomsel, ex-secretária pessoal e estenógrafa de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler - morreu aos 106 anos.
Pomsel morreu na última
sexta-feira, dia 27 de janeiro de 2017 ( Dia Internacional de Comemoração em
Memória das Vítimas do Holocausto), na casa de repouso em que vivia em Munique,
no sul da Alemanha.
Em 2011, um jornal alemão
publicou uma entrevista com ela, provocando então uma onde de interesse pela
sua vida, por ser ela, uma das últimas sobreviventes do círculo do comando
nazista.
Pomsel filiou-se ao Partida
Nazista em 1933, o ano de sua chegada ao poder na Alemanha. "Por que não?
Todo o mundo fazia isto", justificou ela em entrevista no documentário
feito pelo cineastra Christian Krönes, intitulado Ein deutsches Leben
(Uma
vida alemã) e lançado no ano passado.
No filme documentário,
Pomsel relata, como uma das últimas testemunhas vivas do círculo de comando do
regime nazista, sobre seu trabalho para Goebbels. Ela atuou de 1942 até o fim
da Segunda Guerra Mundial no Ministério da Propaganda. A então secretária
vivenciou o fim do conflito no bunker de Hitler, em Berlim, onde permaneceu até
o suicídio do chanceler, em 30 de abril de 1945.
Até seus últimos anos de
vida, Pomsel classificou seu próprio papel no regime nazista como
insignificante e disse que, apesar de seu cargo, não tinha conhecimento sobre o
extermínio de judeus.
"Não sabíamos de
nada", relatou no documentário. "Éramos nós mesmos um grande campo de
concentração." Ela disse que era "covarde" e, por isso, não foi
capaz de impor resistência ao regime.
Segundo Krönes, que teve
contato com a centenária pela última vez no aniversário dela, em 11 de janeiro,
Pomsel foi "uma observadora política aguçada" até o fim da vida.
Diante do crescente nacionalismo na Europa, da ascensão do populismo de direita
mundo afora e da eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, ela teria
classificado suas vivências como um "alerta às gerações atual e
futura".
Em 1942, a secretária conseguiu uma transferência para o escritório de
Goebbels, Ministro da Propaganda de Adolf Hitler, nos últimos anos da Segunda
guerra Mundial como uma de suas seis assistentes.
Após o fim da guerra, Pomsel passou cinco anos numa prisão soviética e depois
trabalhou como secretária da emissora pública alemã ARD.
Pomsel não era uma nazista
ávida, porém não deu importância ao que o regime nazista fazia,segundo ela,
suas atribuições eram registrar as estatísticas de soldados nazistas mortos a
exagerar o número de abusos sofridos por alemães nas mãos de soldados do
Exército Vermelho Soviético. Ela adquiriu a competência como secretária ao
trabalhar com um advogado judeu, como também numa emissora de rádio, antes de
chegar em 1942, ao Ministério da Propaganda do governo nazista.
Dizia-se apolítica, porém
teve que filiar-se ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – o
partido nazista.
Pomsel admitiu saber da
existência dos campos de concentraçãos, poré, não sabia qual era sua real
função, dizia acrditar que “não se queira que as pessoas fossem diretamente
para a prisão, então iam para os campos para serem reeducados, ninguém poderia
imaginar algo assim.”
Segunda ela, as pessoas que
trabalhavam para o regime nazista tinham certeza que os judeus desaparecidos
haviam sido enviados para aldeias dos Sudetos, nome da cadeia de montanhas na
fronteira entre a República Tcheca, a Polônia e a Alemanha, e que a versão
oficial dizia que o objetivo seria povoar aqueles territórios montanhosos da
Europa Oriental, naquele momento ocupado por nazistas. “Tudo era secreto, e por
isso acreditamos. Era totalmente crível”.
“não quebro o silêncio para
limpar minha consciência, não me considero
culpada, a não ser que se culpasse todos os alamães por tornar possível
que aquele governo chegasse ao poder.”
Concluiu dizendo:
Não há justiça, não há
Deus. Mas está claro que o diabo existe”.
Ao ver o filme
documentário, ela pronunciou a seguinte frase:
“Como é importante, no fim
da vida, ser colocada diante do espelho e reconhecer tudo que se fez errado.”
Fonte – outras mídias
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