sexta-feira, 20 de junho de 2014

JAGUARIBE- CEARÁ - UMA CIDADE CONHECIDA INTERNACIONALMENTE

Feira do queijo em Jaguaribe
Por: Vânia Oliveira - Jaguaribe-CE
  
Situada ás margens do Rio Jaguaribe e localizada há 308 km de Fortaleza, o município de Jaguaribe (Rio das Onças) segundo pesquisas do IBGE, no ano de 2013 tem população estimada em 34.683 habitantes.

 A cidade é lembrada primordialmente pela fama referente ao coronelismo e as brigas de importantes famílias locais em histórias que confundem e misturam fatos reais e façanhas lendárias. A região ainda é associada à violência ligada a pistolagem, porém, dois aspectos relevantes enaltecem culturalmente o município: a produção de queijo coalho e a renda conhecida como filé.

A prática e feitio do queijo coalho associam-se a colonização da região ribeirinha do Jaguaribe fortalecida entre os séculos XVII e XVIII com a doação de sesmaria no importante processo de colonização do nordeste e na formação de fazendas e currais com a intenção da povoação local e exploração da criação de gado para o abastecimento de carne para o mercado interno precisamente, com a carne de charque, época que ficou conhecida como “Era do Ouro.”

 No século XX, a partir dos anos 70, a produção de queijo desponta como elemento essencial para a economia do município, transforma-se na identidade de um povo, sendo a cidade anos depois a maior bacia leiteira do Estado do Ceará, o que facilitou a propagação, enalteceu e deu visibilidade ao queijo coalho e o produto foi da tradição para a comercialização.


O famoso queijo de Jaguaribe
 A maioria dos jaguaribanos cresceu vendo a arte do queijo coalho feito em casa de forma artesanal em prensa de madeira. Eram peças grandes e ficavam armazenadas em caixões de farinha para servir de alimento no verão ou na seca, mas, atualmente adequado as normas da legislação o produto surpreende na sua grande variedade de formas e sabores tradicionais ou temperados e sua fama e sabor inconfundível conquistou o Estado, o País e extraordinariamente tornou-se internacional. Segundo Ada Maria, associada da QUEIJARIBE (Associação de derivados do leite e queijo de Jaguaribe), o produto não pode ser exportado pelo fato de nenhuma indústria jaguaribana de queijo possuir o selo do SIF – Serviço de Inspeção Federal e que algumas possuem apenas o selo do SIE- Sistema de Identificação Estadual.

Anualmente acontece no município o festival do queijo, onde o SEBRAE é um dos idealizadores com o objetivo de reunir produtores, valorizar e ampliar o mercado.

 


FILÉ - VALIOSO TESOURO DO POVO JAGUARIB ANO
Mulheres produtoras de Jaguaribe
Muitas são as precursoras do filé no município de Jaguaribe, arte que dá formas leves e delicadas aos fios crus ou coloridos que transformam - se em rendas artesanais feitas em grades de madeiras.
Segundo a história, esta técnica é milenar e era difundida entre o povo da Persa e do Egito, disseminando para a Península Ibérica, excepcionalmente em Portugal sendo feita com fios de ceda. No artesanato jaguaribano a técnica é passada de pais para filhas e filhos.

Isso mesmo, na sede e distritos não há distinção de sexo entre os artesãos para tecer com mãos que fazem a mágica acontecer, e a partir de uma simples rede de nó assimilada a uma rede de pesca surge através de fios de algodão desenhos próprios na malha preenchida e trançada, transformada em caminhos e toalhas de mesa, colchas de cama, blusas, saídas de banho, vestidos longos, saias e demais indumentárias femininas com a renda que compõem o filé.

È comum no município o quadro onde famílias inteiras sentam-se as calçadas ou salas de suas casas e dividirem uma tela entre si para produzir as peças numa sintonia admirável, no intuito de aumentarem a sua renda mensal. Porém as peças produzidas são vendidas por um preço não muito significativo para o artesão, pois a renda maior vai pra os atravessadores que revendem em Fortaleza, São Paulo ou comercializam para a Espanha, Argentina, Bolívia e Estados Unidos.

Atualmente existem associações na sede e nos distritos que de forma organizada tem trabalhado na melhoria de condições de feitios e vendas e do filé e os jaguaribanos em forma de reconhecimento tem trazido para seus eventos o uso de peças, bem como são organizados desfiles no município ou em outras cidades. O filé tornou-se comum nas vestimentas femininas e é um artigo usado desde as mulheres mais simples até as mulheres da alta sociedade, sendo assim circuladas no município e fora dele de forma elegante.

A arte também tem sido utilizada por canais de TV em apresentações e documentários e na utilização nas roupas de suas atrizes como foi o caso de Açucena de Cordel Encantado e outras, como também por faculdades do município e do estado como trabalho científico além de transformar muitos jaguaribanos em notáveis empreendedores que de forma louvável tem contribuído na expansão comercial do município.
 

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