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Greve e unificação das lutas


 Por. Dorisval de Lima 


A greve nacional dos bancários foi deflagrada em assembleias realizadas na semana passada e no último dia 5 por mais de 140 sindicatos da categoria em todo o país. O movimento paredista teve início no dia 6 de setembro, e pela força demonstrada no primeiro dia, com a tendência de ser intensificada a cada momento, já causou preocupação na classe patronal, haja vista o agendamento de negociação para a próxima sexta-feira (9/9). Esse fato expressa a necessidade do recrudescimento da greve para aumentar o poder de pressão na perspectiva da obtenção de conquistas.

Trata-se de uma categoria de trabalhadores, a exemplo das demais, como é peculiar no mundo do Capital, muito sofrida, humilhada, submetida a todo tipo de pressão, tanto do setor privado quanto do setor público, para o cumprimento de metas incompatíveis com as condições de trabalho e a maximização dos lucros. Práticas de dano e assédio moral, trabalho gratuito, insegurança, demissões injustas, falta de isonomia de tratamento, carência de pessoal, salário aviltado, adoecimento, entre muitos outros atos danosos são exemplos de uma triste realidade, que contrasta com a aparente tranquilidade e “ar de mordomia e privilégio”, mitos incutidos no imaginário da sociedade ao longo dos tempos. 

Os Bancos são o segmento da economia que mais lucram, sendo perfeitamente viável o atendimento das reivindicações. Além desse aspecto específico, é essencial a compreensão de que a greve se dá no contexto de um governo ilegítimo, autoritário, que conta com sujeitos envolvidos em denúncias e mais denúncias, e cujos atos já sinalizados apontam para o corte de direitos, benefícios e para o desmonte da legislação trabalhista (reformas trabalhista e previdenciária, por exemplo), bem como para a integral precarização do trabalho e ataques aos órgãos públicos, como é o caso dos Bancos Federais.

Neste contexto a greve dos bancários cumpre um papel importante, desde já, no enfrentamento a esse mal que está instaurado no país, na perspectiva da sua superação, sendo necessária também, neste intuito, a unificação das lutas do conjunto das categorias que estão em campanha salarial, como os trabalhadores da Petrobrás e dos Correios, por exemplo. A construção de uma saída para classe trabalhadora há de vir da sua própria organização e luta, e não dos agentes do caos, do passado e do presente. “Só a luta muda a vida”!

É um dever cívico e cidadão levantar as bandeiras específicas, mas também, e mais do que nunca, lutar pela defesa dos órgãos públicos, pela manutenção dos direitos e por mais conquistas para toda a classe trabalhadora. Nenhum direito a menos! União, solidariedade e resistência são palavras de ordem que a conjuntura impõe. 



Por. Dorisval de Lima diretor de comunicação da AFBNB

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