Suor de ferro: a realidade dos trabalhadores da mineração no Brasil
Márcio Zonta
A atividade de mineração é a mais letal para
trabalhadores no Brasil, apontam dados do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE). Somados os casos de mutilação, morte e doença, os principais estados
mineradores no Brasil – Goiás, Minas Gerais e Pará – tornaram-se os mais
perigosos para acidentes fatais no trabalho.
De 2000 a 2010, a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo
(Fundacentro) constatou que o Índice Médio de Acidente Geral no Brasil foi
8,66%. Já o indicador médio de acidente da mineração, em Minas Gerais, por
exemplo, foi 21,99%, quase três vezes maior que a média nacional.
O ambiente da mineração é caracterizado por poucos
trabalhadores assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por um
grande número de terceirizados, uma organização sindical aliada às mineradoras
e uma insuficiente fiscalização pelos órgãos públicos. O setor emprega 3
milhões de pessoas, dos quais 1,5 milhão são terceirizados e apenas 500 mil têm
carteira assinada, segundo dados da Frente Sindical Mineral.
Para entender esse universo, o Brasil de Fato percorreu
os principais estados mineradores do Brasil, onde atuam, principalmente, as
empresas Vale, Anglo American e o grupo Votorantim, para conversar com
trabalhadores, averiguar a inconsistência de laudos elaborados por essas
empresas e verificar a insegurança do trabalho na mineração.
Histórias de morte, depressão, alcoolismo, doenças,
assédio moral foi a realidade encontrada pela reportagem em Goiás, no Maranhão,
em Minas Gerais e no Pará.
Fonte. Site Brasil de Fato
Post a Comment